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Sua escola está valorizando o aprendizado em artes e cultura?

O que um aluno realmente leva para a vida depois que sai da escola?


É quase instintiva a resposta dos educadores: queremos que nossos alunos egressos carreguem consigo a capacidade de observar com atenção, perceber detalhes, flexibilizar ideias, inventar soluções e respeitar diferentes pontos de vista. É justamente isso que a educação em artes e cultura fomenta: um olhar sensível e criativo que se torna essencial em qualquer trajetória pessoal e profissional.


Ainda assim, muitas vezes, as artes e a cultura acabam ficando em segundo plano no currículo quando, na verdade, são elas que completam a formação.


Sem esse espaço, a escola perde a chance de desenvolver no aluno aquilo que é essencial para o século XXI: criatividade, empatia, pensamento crítico e capacidade de colaborar.


Pense em um estudante que improvisa no teatro, interpreta uma obra de arte ou compõe uma música: ele não está apenas “fazendo arte”. Está aprendendo a se adaptar, a interpretar o mundo, a criar soluções. São habilidades transferíveis para qualquer contexto, seja liderando projetos, resolvendo conflitos, inovando em sua área profissional ou explorando suas capacidades criativas para fruição e lazer.


É nesse ponto que vale lembrar o Projeto Zero, da faculdade de educação da universidade de Harvard. Criado na década de 1960 para investigar como se aprende em artes visuais, ele expandiu-se para todas as disciplinas sem nunca perder de vista sua origem: a convicção de que a arte não é um adendo ao currículo, mas uma lente poderosa para enxergar, compreender e transformar o mundo. Hoje, muitas de suas metodologias, como as rotinas de pensamento, ajudam professores a integrar artes e cultura em matemática, ciências, história ou qualquer outra área.


Vejamos um exemplo prático: imagine que o professor leve para a sala uma fotografia histórica ou um mural de arte urbana da cidade. Ao aplicar a rotina "Ver – Pensar – Perguntar", os alunos observam os detalhes da imagem, interpretam significados e levantam hipóteses. A partir daí, é possível:

  • Discutir aspectos artísticos (cores, estilos, símbolos);

  • Conectar com história e geografia (contexto social, urbano, político da obra);

  • Relacionar com matemática (formas geométricas, proporções, simetrias);

  • Explorar ciências (impactos ambientais retratados, uso de materiais e técnicas).


Um simples artefato cultural se transforma, assim, em ponto de partida para múltiplas aprendizagens, ampliando repertórios e criando conexões entre disciplinas.


E é justamente isso que dialoga com os quatro pilares da educação da UNESCO:

  • Aprender a conhecer, ao investigar e interpretar o mundo por meio da arte;

  • Aprender a fazer, ao transformar essa interpretação em produções criativas;

  • Aprender a conviver, ao compartilhar sentidos e construir coletivamente;

  • Aprender a ser, ao desenvolver sensibilidade, identidade e consciência crítica.


Ou seja: artes e cultura não são apenas disciplinas. São ferramentas de aprendizagem para toda a vida.


Então, eu te pergunto: Como a sua escola está valorizando o aprendizado em artes e cultura hoje? Que experiências estão sendo criadas agora e que ainda farão diferença na vida dos alunos daqui a 10, 20 ou 30 anos?


Talvez a resposta esteja em abrir espaços para experimentar, para se expressar, para dialogar. É nesse encontro entre arte, cultura e currículo que formamos cidadãos completos, criativos e conscientes.

 
 
 

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