O início do ano letivo carrega em si diversas oportunidades de aprendizagem e, com elas, vêm as demandas dos professores, principalmente em relação ao planejamento.
Alguns professores não gostam nem de ouvir falar nesta palavra, outros amam tanto seus planejamentos que acabam se frustrando quando algo sai do roteiro. Há quem goste de reciclar planejamentos antigos ou encontrados na internet, enquanto outros preferem fazer tudo do zero. E tem também quem não saiba direito por onde começar esta jornada, e aí nós afirmamos: comece pelo fim!
E o que significa começar pelo fim? Pense em quando você vai se planejar para uma viagem. Você começa entrando no carro e pegando a estrada? Geralmente, antes desse passo, você precisa definir: aonde quer chegar, quanto tempo vai ficar, como é o clima e temperatura do local, que atividades pretende fazer, onde vai se hospedar, qual é o meio de transporte mais adequado, dentre outras decisões. Depois disso, você vai pensar nas rotas e meios de chegar lá. Aí então você vai preparar sua mala, conforme o que precisa para aproveitar aquela viagem.
Bem como em uma viagem, no começo do ano letivo, nós não podemos chegar e aplicar diversas atividades sem saber aonde elas vão chegar. Por isso, comece pelo fim!
O primeiro passo é pensar nos alunos, de qualquer nível ou etapa escolar, e no mundo em que vivemos. O que estes alunos devem aprender para viver bem neste mundo, como cidadãos críticos e agentes? Esse é nosso ponto de chegada.
Este é o estágio 1 do nosso planejamento, e aqui você pode ser fazer as seguintes perguntas:
Quais são os resultados importantes e adequados?
Quais são as aprendizagens desejadas?
O que os alunos devem sair do curso (ou da unidade de ensino, ou da sequência didática, etc.) compreendendo, sabendo e sendo capazes de fazer?
Que grandes ideias podem estruturar todos esses objetivos?
Observe que neste ponto você já pensa nos alunos e nos níveis e etapas escolares em que estão.
Quando estamos falando de uma viagem, é muito fácil saber se você está no caminho certo ou não. Há placas pelo caminho e mapas até no celular traçando nossa rota em tempo real. Na vida escolar, precisamos tornar as evidências do aprendizado visíveis, para podermos validar se nossos esforços estão nos guiando para o ponto de chegada planejado. No estágio 2 do planejamento, portanto, você deve se perguntar:
Quais são as evidências dos resultados esperados?
Em particular, quais são as evidências apropriadas para a compreensão desejada?
Aqui você planeja um pouco dos produtos e desempenhos dos alunos que você usará como instrumento avaliativo. Mais do que medir as competências dos alunos, estes instrumentos ajudarão a tomar decisões que orientem as práticas rumo à compreensão. Chegou a hora de preparar as malas! No estágio 3 você terá em mente:
Que atividades de aprendizagem e ensino promovem compreensão, conhecimento, habilidades, interesse dos alunos e excelência?
Assim como você seleciona as roupas e itens da sua mala para servir aos seus propósitos de viagem, você seleciona as atividades e recursos que promovam seu propósito maior de compreensão e aprendizado que você selecionou lá no estágio 1 e que serão verificados por meio dos instrumentos que você selecionou no estágio 2.
Começar pelo fim se chama planejamento reverso. Adotá-lo em na prática pedagógica não significa jogar fora tudo o que foi feito até então, pode ser uma oportunidade de olhar para as atividades que se repetem ano a ano e refletir sobre seus reais propósitos, podendo adequar os planos de lição e atividades para que elas sirvam como andaimes na construção das competências e habilidades necessárias para o cidadão do mundo que estamos ajudando a formar.
Nada na educação é simples, mas a FourC Learning pode apoiar sua escola também nessa jornada de planejamento. Conheça nossas soluções em nosso site!
Referências:
MCTIGHE, J.; WIGGINS, G. Planejamento para a compreensão. Tradução: Rosa, S. M. M. Porto Alegre, Penso. 2019.
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