Por definição, o brincar é uma atividade que auxilia na formação, socialização e desenvolvimento das habilidades psicomotoras, sociais, físicas, afetivas, cognitivas e emocionais.
A criança necessita fazer e, fazendo, vai construindo os seus conceitos. A melhor forma de se aprender na infância é através das brincadeiras. As brincadeiras formam o alicerce para o futuro linguístico, de raciocínio, de lógica e de inserção no mundo, pois brincadeiras são experiências de aprendizagem e têm um efeito profundo sobre o desenvolvimento das crianças.
O brincar desenvolve habilidades motoras globais e finas, equilíbrio e resistência através de movimentos corporais e da consciência dos sentidos. O brincar cria um vínculo social no qual as crianças experimentam a troca de ideias, seja construindo um castelo usando caixas de papelão ou negociando as regras para um jogo, as crianças têm que ouvir os outros, se comunicar e interagir.
As brincadeiras de faz-de-conta são ricas em linguagem, no imaginário e particularmente importantes para desenvolver a base para a compreensão da leitura. A criança desenvolve uma série de competências críticas para a compreensão leitora, incluindo: habilidades de previsão, habilidades de pensamento crítico, relações de causa e efeito, sequenciamento, identificação de conflito no enredo da história e suas resoluções, criação de finais alternativos e resposta a perguntas abertas.
O brincar permite que uma criança reúna seus conhecimentos existentes com novas ideias para solucionar problemas e ter novos entendimentos, ampliando suas habilidades criativas fornecendo escolhas complexas e resolução de problemas de maneiras novas e inovadoras, com isso, estão aprendendo a ser pensadores críticos. Quando as crianças brincam, cometem erros, aprendem com esses erros e se recuperam - buscando uma solução melhor do que a primeira vez que tentaram.
A BNCC visa garantir às crianças o direito de: "Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais". (BNCC, p. 38)
Como garantir esse direito?
As brincadeiras são essenciais e devem estar presentes intensamente na rotina da criança. Brincadeiras são iniciativas infantis que o adulto deve acolher e enriquecer, porém devem ser planejadas e variadas. Para isso, a partir da observação dos pequenos brincando, o adulto pode disponibilizar materiais que auxiliem o desenvolvimento da brincadeira ou que conduzam a outras experiências. O adulto pode também pode promover conversas posteriores para discutir o que observou.
Brincar sozinho ou acompanhado?
As crianças não precisam de interação o tempo todo
Quando a criança está brincando sozinha e sem brinquedo, ela está se desenvolvendo emocionalmente. Eles brincam, criam fantasias e expressam sentimentos que muitas vezes não conseguem fazer quando estão interagindo com alguém.
Algumas vezes, o importante é ter alguém que está lá com ela e para ela, caso necessite, mas que lhe permite desfrutar de maneira tranquila de sua própria companhia. Isso ensina muito sobre autoconfiança, autoestima e segurança.
Donald Winnicott, pediatra e psicanalista inglês dizia: “a capacidade para ficar sozinho constitui um dos indicadores mais importantes de maturidade dentro do desenvolvimento emocional.”
A participação ativa familiar sempre será benéfica e produtiva, no entanto, algumas vezes, os adultos precisam segurar a própria ansiedade, dar espaço e tempo para que as crianças possam se conhecer e desfrutar da própria companhia.
Artigo colaborativo: Alinne Rios, Carolina Segala, Luciane Costa, Raquel Salim, Mariana Petit
Para saber mais:
O mundo do faz-de-conta https://open.spotify.com/episode/0YD3vLE07oMROvX00YtMel
A importância do brincar https://open.spotify.com/episode/6HGu7j2zU2lUyq9hmlXIzD?si=nMwsnq_NTv2ZoUi-BAmTcg
Guia de atividades e brincadeiras para famílias com crianças de 0 a 6 anos
Os primeiros nos de vida - brincadeiras como forma de vínculo
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